domingo, 25 de outubro de 2015

Minha escolha de vida.

Na semana passada, um aluno me fez uma pergunta interessante: “Professor, diante de tantas carreiras jurídicas, por que o senhor quis ser advogado?”. O questionamento pegou-me de surpresa e me fez lembrar da opção que fiz há quase dezoito anos.
Trabalho desde os 15 anos de idade. Fui digitador, assistente administrativo e assistente de comércio exterior, até que resolvi morar na Inglaterra aos 17 anos de idade. Lá, trabalhei numa lavanderia à noite e estudei comércio exterior durante o dia. De volta para casa, vendi carros numa loja de usados, fui representante de um fabricante de computadores, tradutor e intérprete. Ao ser aprovado no vestibular de Direito, já tinha experiências de vida que a maioria dos jovens de minha idade ainda não tinha experimentado.
O encantamento com o mundo do Direito foi imediato, e olhem que a estrutura dos cursos que tínhamos à época nem de longe se assemelhava às atuais. Em cada aula que tinha, em cada visita que fazia aos fóruns, em cada estória que ouvia de meus professores eu tinha a convicção de que aquela era a profissão que eu abraçaria para o resto da vida. No dia em que minha turma de faculdade fez um júri simulado numa das varas do Tribunal do Júri que tínhamos à época, essa escolha se tornou definitiva. Eu seria um advogado! 
Ao concluir o curso, a escolha pela advocacia foi natural. Os colegas sabem que o início é muito difícil, e por isso quis desistir algumas vezes, não conseguia pagar as contas e não vislumbrava dias melhores. Nesse período, ganhei muito capão, galinha, peru, cacho de banana como pagamento de honorários, mas dinheiro que é bom, nada. Contudo, a cada júri que eu fazia, a cada elaboração de peça, a cada olhar de gratidão do cliente, eu renovava o ânimo e seguia em frente. Hoje, vejo com felicidade que tudo isso valeu muito a pena, e que as dificuldades foram indispensáveis para que forjasse minha perseverança.
Escolhi ser advogado porque essa é a minha paixão, porque não consigo me imaginar fazendo outra coisa, porque trazer justiça a quem precisa é uma das sensações mais prazerosas que alguém pode ter na vida. 
E você, por que escolheu ser advogado(a)?

Nenhum comentário:

Postar um comentário